sexta-feira, 14 de março de 2014

Pra que pilotar moto?

Olás! Bom dia!

Não quero transformar o blog em uma biografia minha, acho que seria muito chato e descritivo. Mas é um meio de se começar a contar um pouco de minha vivência em alguns assuntos. O último post foi meio existencial, reflete uma busca recente minha e tal... Mas vou usar esse espaço para falar de coisas mais mundanas e corriqueiras também. Aguarde.

Hoje deu vontade de falar dessa atividade que gosto tanto: pilotar moto. A primeira coisa que minha família me disse é o que quase todo motociclista passou antes de começar com as motos, "nossa, é tão perigoso", "morre tanta gente", "o primo da cunhada de um amigo meu morreu de acidente de moto"... Ou seja, puxa, andar de moto é mortal!

Mas foi uma decisão bem racional, tomada já aos 27 anos de idade. Acabara de juntar os trapos com minha esposa, vivíamos em uma quitinete no subsolo (bom espaço interno, mas meio insalubre) e ainda nos acertávamos com a rotina de casa. Ela tinha um Fusca 1980, o Severino. Aparentemente, em bom estado, mas quebrava mensalmente por motivos diferentes - bobina, bomba de combustível, suspensão, carburador, pneu furado, etc. Até que, enfim, morreu de problemas graves no monobloco, que custariam caro para consertar.

Nos enroscamos com a rotina de carro partilhado, meu lindo Uno Mille Way - meu primeiro carro zero, adorava ele. Quando me deu a ideia de deixar o carro com ela e usar moto para me deslocar para o trabalho, que ficava a 5km de casa. Seria uma moto usada e barata, na casa dos 4 mil reais, só meio de transporte mesmo. Assim foi feito, comprei uma Honda XR 200R em ótimo estado.

Olha que motoca simpática. Saudades dela...

Simples, barata, leve. Teve paciência de me levar para muitos lugares e eu tive bastante paciência de chegar, pois ela curtia mesmo era andar até 80km/h. Mais que isso, reclamava um pouco. Boa de usar e pouco visada para furto ou roubo.

E aqui que entra o porquê dessa postagem. Escolher usar moto no dia-a-dia foi daquelas surpresas boas que a vida te traz sem um planejamento muito concreto. E, engraçado, as coisa só acontecem na hora certa. Sempre gostei de carro, motores, pilotagem, velocidade... mas nunca liguei muito pra motos. Achava, vejam só... perigoso! Pois o que me trouxe a elas foi tudo menos a velocidade e a adrenalina. E a XR foi uma ótima primeira moto. (No futuro, falarei das minhas motocas seguintes e o que me ensinaram. Aguardem.)

Com o tempo, sua importância se revelou não só pela conveniência de não mais planejar tanto trajetos e caronas, mas pela descoberta de uma nova diversão na rotina diária. Além de mais agradável chegar logo no trabalho, com menos tempo parado no trânsito, a pilotagem em si é muito prazerosa. Foi uma nova dimensão que se abriu nesse meu mundo dos veículos, até então fechado em carros. Por anos perdurou - e perdura, eu diria - a sensação de brinquedo novo.

Mas o parágrafo anterior não responde completamente à pergunta do título. São apenas as impressões iniciais à época, que depois, com mais estudo e experiências na moto, se transformaram em conceitos consolidados na minha cabeça. Algumas conclusões:

1. Pilotar moto não é um ato de bravura, mas a opção consciente por uma vida mais prazerosa no trânsito. Ponto. (Sim, alguns vão se acidentar, assim como são atropelados ou se cortam na cozinha ou se caem no chuveiro...)
2. Pilotar permite uma interação diferente com os outros elementos das ruas, da sua cidade e até mesmo com as pessoas. Estacionar uma moto em um cantinho na frente do estabelecimento, resolver um pequeno problema ou comprar algo e sair poucos minutos depois te poupa um tempo danado... o que faz sobrar mais tempo para outras coisas.
3. Pilotar moto me deixou (ainda) mais cuidadoso com outros veículos, o que despertou em mim uma empatia natural pelas pessoas que os conduzem. Graças à minha nova vida sobre a motoca, agora interajo com pessoas no trânsito, assim como ao me locomover à pé. Ou até mais!
4. Moto, mesmo levada bem a sério, tem um quê de brinquedo. Logo, na moto me permiti brincar mais, pensar menos, adotar o caminho mais longo e bonito ao invés daquele caminho de sempre. Com mais confiança na pilotagem, passei a curtir mais a sensação do vento, as respostas da direção, a aderência dos pneus, a força G pra lá, pra cá... Tomei alguns sustos, mas todos me ensinaram bastante também e me fizeram pilotar melhor depois.
5. Essa lista não ficará completa nunca... rsrs... parei aqui.

Se você usa moto - seja homeopaticamente, seja por trabalho, seja por paixão mesmo - vai concordar comigo e lembrar de várias coisas que não falei! E isso é ótimo! Fique à vontade para comentar.

Um abraço, boa sexta!

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