quinta-feira, 13 de março de 2014

E o assunto é...

... a felicidade.

Ah, essa tal de felicidade...

Entre ontem e hoje li dois textos legais sobre felicidade. Um é do Alex Castro, que escreve para o Papo de Homem. Belo texto, elemento de sua série de palestras (e em breve livro, As Prisões). Leia o dito cujo aqui.

Outro é uma entrevista de 2005 com Allan Wallace à revista Tricycle. Para quem não o conhece, ele é um dos principais estudiosos ocidentais sobre práticas contemplativas do budismo. É uma entrevista com cara de conversa entre bons amigos, lições gentis para um mundo que pouco tem valorizado a gentileza.

Ambos os textos diferem em vários pontos, mas me colocaram para pensar no assunto hoje, pois tem como principal elemento a busca pela felicidade como fonte de sofrimento. Afinal, todos queremos ser felizes, satisfeitos, onde está o mal em buscar isso para si?

Faço aqui uma breve reflexão, olhando para meu próprio umbigo. 

Não sei quanto a vocês (e gostaria de saber!), mas tenho tido experiências muito ricas nos últimos anos ao pensar com calma, direitinho, no que é esse negócio de felicidade. No que significa para mim ser feliz. É um caminho longo (que pode inclusive trazer mais confusão à sua cabeça), mas que, semana aqui, semana ali, traz algumas conclusões que ficam para a vida. Trago aqui duas, mas certamente voltarei a esse assunto.

A que está mais presente no meu dia a dia: felicidade é transitória, um breve momento. Mesmo quando muito felizes por algum motivo, esse sentimento não permanece com igual intensidade por todo seu dia ou seus dias. Ela dá lugar a outros estados de espírito, que não são necessariamente piores, apenas diferentes e igualmente transitórios. Logo, quando caiu essa ficha para mim, passei a aceitar e respeitar meus outros estados e humores, mesmo os que tanto sempre repeli, como a raiva, a vergonha, a inveja. Aceitar essa impermanência permite viver mais saborosamente o momento feliz (que, puxa, vai passar) e menos reativamente os tempos de mau humor. Trocando em miúdos, somos várias coisas, mas podemos estar felizes em alguns períodos da vida.

Putz... adoro café com bolo! 

Outra muito importante para mim: felicidade não é o que atingimos. Sejam patrimônios, roupas, conquistas amorosas, profissionais, esportivas, etc. O que fazemos pode nos despertar o sentimento de felicidade, mas a conquista não é a felicidade em si. Parece óbvio, mas não se dar conta dessa diferença básica nos leva a fazer associações automáticas como "quando tiver aquele carro, serei bem mais feliz" ou "quando viver naquela relação com aquela pessoa serei feliz". (Com o tempo, as armadilhas ficam mais fáceis de se identificar, uma vez que no parágrafo anterior percebemos que não somos, mas estamos felizes...) Para mim, desde que me dediquei mais seriamente à meditação as coisas ganharam valor muito mais pelo como fazer do que o que se atingir. O papel da meditação também fica para outro post.

Vejam que sou mero iniciante na busca pelo autoconhecimento e as ferramentas utilizadas nessa busca. Sintam-se livres a comentar, sugerir, criticar. Adoraria conhecê-los melhor.

Um abraço, bom final de quinta!

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